17.1.08

if i was a rich girl



Em plena São Paulo Fashion Week, aproveito o momento para falar dos modernosos de Harajuku. O bairro de Tóquio é o cenário para as meninas e meninos desfilarem seus styles exclusivos e serem fotografados por jornalistas e turistas. Andar lá, vestido como eu e você, jeans e camiseta, é sentir-se como um peixe fora d’água.




Enquanto o mundinho ocidental já havia experimentado todos os movimentos contestadores do rock, os japoneses ainda não tinham encontrado sua imagem de rebeldia. Cansados do rigor dos costumes milenares e da máxima “todo japonês é igual”, os adolescentes encontraram nas sofisticadas lojas de Harajuku seu manifesto de contestação. E foi assim, no final da década passada, que esse povo passou a ditar moda.

Dentro dessa gente libertária, há subdivisões bem claras. O Visual Band copia o estilo das bandas de rock com um pé no gótico. Marilyn Manson é rei, mas Edward Mãos de Tesoura também é legal. As Gyarus (fale girl com sotaque) e Yamambas vivem no mundo rosa da Barbie, são aquelas meninas com cor de Oompa Loompa, oxigenadas e carregadas de acessórios Hello Kitty (quem será que relançou a febre?). A versão masculina delas são os Surfers, porque eles também querem ir pra Califórnia viver a vida sobre as ondas. Bom, praia e ondas não importam, o que vale é ser loiro parafinado, pele laranja e músculos bem tonificados





Esqueça a Lolita do Nabokov, as de Harajuku ou são românticas de dar cárie, mas também são safadinhas. Vestem muita renda e carregam bichinhos de pelúcia, princesas distorcidas do século XVIII. As mais provocativas preferem os modelos vintage, meias até o joelho e maria-chiquinha. Mais próximas das Lolitas estão as Kireime, são comportadas e mantêm a pele bem branca e maquiagem leve. Se Band, Gyaru, Surfer e Lolita são os estilos mais badalados, há o outro lado. A turma underground é a Ura-hara (Ura Harajuku, atrás de Harajuku). São mais velhos e, talvez, os cabeças dessa gente. Estudam design, trabalham com moda em geral e adoram o visual dos skatistas, idies, punks...






Frequentemente são chamados de rebeldes de butique, e são mesmo. Enquanto aqui, o povo faz fila para o saldão da Marabraz e Casas Bahia, lá eles acampam em frente à Prada, Gucci, Louis Vuitton. Todo esse desfile acontece aos domingos, quando as ruas são fechadas ao trânsito. No começo do dia e no fim da tarde, os banheiros das lanchonetes ficam lotados de gente se produzindo ou voltando pro figurino cotidiano. Não, eles não se vestem assim todo dia, as responsabilidades da rotina não permitem.





Enfim, mas o que os Harujuku Guys têm a ver com a gente? Muita coisa, pequeno gafanhoto, muita coisa. Como já disse, eles ditam moda e a consomem. Marc Jacobs vira e mexe diz que se inspira no recanto de Tóquio para suas coleções da Luis Vuitton. Os rappers americanos compram seus acessórios essenciais na Bathing Ape e, claro, Gwen Stefani tem suas 4 Harajuku Girls e sua grife L.A.M.B. Mais próximos de nós, Alexandre Herchcovitch declara-se grande observador desses jovens. Oskar Metsavaht, com que já conversei sem saber quem era (ou não era?), é entusiasta com a cultura de moda no Japão, e isso acaba influenciando suas coleções para a Osklen. Ontem mesmo foi possível ver isso em sua coleção inspirada nas grandes cidades.

Confesso que não tenho jabaculê nem paciência pra ser um Harajuku Boy, mas tenho uma jaqueta vinda daquelas bandas, pena que o calor carioca não me permite usar. E você, tem talento pra seguir o estilo? Mande uma foto pro blog!




Livro: Japanese Beauties
Gross, Alex. Editora Taschen

Um comentário:

Anônimo disse...

que moda mas horrivel!!!
brega d++++
inventa uma pelomenos mas um pouco melhor!!!
é olha que eu sou sktista !!
entam eu poço falar!!





BREGUISSEEE