27.2.08

no norte


Nos tempos em que as especiarias tinham valor de moeda, os portugueses batizaram a pimenta-preta com uma marca própria, pimenta-do-reino. As primeiras mudas vieram do sul da Índia e foram introduzidas na Bahia. Séculos depois, em 1926, cientistas japoneses procuravam áreas para instalar colônias agrícolas no Brasil, a intenção era dinamizar a economia com o desenvolvimento de culturas e novas técnicas de cultivo. No norte do país encontraram os municípios de Manacapuru (AM), Baixo Amazonas, Santarém de Tomé-Açu – PA. Dessas quatro regiões, Tomé-Açu é a mais conhecida, justamente por ter levado o Brasil ao topo no ranking de maiores produtores de pimenta-do-reino do mundo.

Esse título pode parecer sem importância, mas a pimenta tornou-se um dos maiores produtos de exportação do Brasil. Se ela tinha grande valor econômico para um país como todo, regionalmente, ela era ainda mais valorizada. O cultivo da pimenta-preta empregava muitas pessoas e ainda era possível aumentar a renda com o plantio familiar.

Lá nos idos de 1929, a Companhia Nipônica de Plantação no Brasil instalou-se em Tomé-Açu e trouxe os primeiros 189 colonos e, consequentemente, a técnica de plantio intensivo, adotada depois pelos brasileiros.

Com a Segunda Guerra, o governo brasileiro interveio na Companhia e a transformou num campo de concentração. Depois da guerra, os colonos passaram por grandes dificuldades, mas se reergueram com o cultivo da pimenta-do-reino, associando-se a União dos Lavradores (17 membros que continuavam em atividade). Em poucos anos, a cooperativa tornou-se a mais importante do país e referência em sua área.

Tomé-Açu cresceu ao redor da cooperativa, que passou a manter um hospital, postos de saúde e a patrocinar eventos culturais e esportivos, além de oferecer programas educacionais e esportivos. A produção de pimenta-do-reino caiu na década 1980, mas o Brasil continua entre os cinco maiores produtores.

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