8.6.08

origami


Na temporada primavera-verão de 2004 da São Paulo Fashion Week, Jum Nakao encantou a platéia com seu desfile. Não sei quais adjetivos poderia usar, mas foi a primeira vez que me emocionei vendo um desfile. A delicadeza das roupas de papel, minuciosamente cortadas, dobradas e talhadas com estilete era impressionante. Para surpresa de todos, ao final do desfile, as modelos rasgaram seus vestidos, arrancando lágrimas de uma platéia acostumada ao blasé.

Hoje, na exposição Nippon, em cartaz até 13 de julho no CCBB, vi dois vestidos do projeto Costura do Invisível. Meninos e meninas, é realmente impressionante. Imaginei os manequins ganhando vida e destruindo aquelas obras, quase chorei. A Costura do Invisível é mais que um desfile memorável, sua concepção está registrada num livro/dvd editado pela Senac. Os bastidores do desfile você confere aqui.

Ah, sim, a exposição. Minha peregrinação começou com um desorganizado e decepcionante desfile de kimonos – eu sei que tentaram fazer o melhor, mas foi tudo muito amador. Som ruim, penteados desleixados, kimonos amassados, modelos nem um pouco modelos e atraso. – Já a exposição valeu a pena, dois andares mostrando um Japão de tradições e moderno. Além da influência da imigração por aqui. A parte do cosplay eu passei rapidinho porque me dá certa vergonha alheia, mas deu vontade de arrancar os pôsteres emoldurados de alguns animes e sair correndo. Se você puder ir, vá. E é gratuito. Tendo um tempinho, passe também na Casa França-Brasil. A exposição "Mulheres Reais - Modos e Modas no Rio de D. João VI" é um luxo. A maioria das peças é reprodução, mas algumas são autênticas. A entrada também é gratuita.

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